Olá! A amamentação é um período de adaptação e aprendizado tanto para a mãe como para o bebê. Ao contrário do que muitos pensam, a amamentação não é um processo automático, e tanto a mãe quanto bebê precisam aprender e se adaptar a esse momento. Então, é normal surgirem dificuldades durante a amamentação, e é justamente aí que começam a aparecer também comentários, ou sugestões de outras pessoas e que muitas vezes são baseados em mitos ou crenças populares. Por isso analiso aqui 7 mitos e verdades sobre amamentação.
Os mitos em torno da amamentação podem atrapalhar e até mesmo prejudicar a amamentação, levando a um desmame precoce desnecessário e causando riscos à saúde do bebê. Por isso, é muito importante ficar atenta à algumas informações que recebe. Procure ver se de fato elas têm algum fundamento ou não.
Confira também o vídeo que fiz sobre esse assunto no meu canal do Youtube:
Benefícios da amamentação para o bebê
Até os 6 meses de vida, o leite materno fornece todos os nutrientes e a caloria necessária para o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê. Além disso, ainda protege a criança contra diversas doenças como diarreia, infecções e doenças respiratórias. A amamentação deve ser exclusiva até os 6 meses de vida e mantida mesmo com o início da introdução alimentar até os 2 anos de idade. Diversos estudos mostram também que a amamentação prolongada até os dois anos de vida ou mais do bebê é capaz de prevenir o surgimento de doenças ao longo da vida da criança, principalmente obesidade infantil, diabetes tipo 2 e determinados tipos de alergias alimentares.
Benefícios da amamentação para a mãe
A amamentação também protege a mãe contra fraturas ósseas e artrite reumatoide (uma doença autoimune que provoca inflamação nas articulações) e reduz o risco de câncer de mama e de ovários. Quando feita de forma exclusiva, ainda funciona como um potente fator anticoncepcional, protegendo a mulher de uma nova gravidez. A amamentação ainda ajuda no retorno ao peso que a mulher tinha antes do início da gestação.
Mitos e verdades sobre amamentação
Diante de tudo isso, trouxe aqui alguns mitos e crenças mais comuns que existem em torno da amamentação. Vamos entendê-los melhor:
MITO Nº 1: “LEITE FRACO”
Uma das principais preocupações de mães e familiares é saber se realmente o bebê está sendo bem alimentado com o leite materno. Muitas pessoas suspeitam que o leite não é capaz de nutrir adequadamente o bebê quando o bebê, por exemplo, chora muito, pede para mamar com uma frequência maior e aparenta não estar satisfeito ou até mesmo ganha menos peso.
Porém, precisamos reforçar que não existe leite materno fraco! Todo leite produzido possui os nutrientes e calorias necessários para nutrir o bebê até o sexto mês de vida. A partir daí o bebê já está apto para começar a receber novos alimentos, que entram como uma complementação ao leite materno. Mesmo com o início da introdução alimentar, o leite materno ainda continua sendo a principal fonte de energia e nutrientes do bebê.
A quantidade de calorias, proteínas, gorduras e açúcares no leite materno não depende do consumo alimentar da mãe. Mas algumas vitaminas e minerais podem sim ser afetados pela dieta materna. O baixo consumo pela mãe de vitamina A, C, D, B12, folato, ferro e zinco pode afetar a quantidade desses nutrientes no leite que o bebê consome. Por isso, é muito importante ter um hábito alimentar adequado durante a amamentação.
A aparência mais “aguada” do leite materno comparada ao do leite de vaca é normal. Mas diferentemente do leite de vaca, o leite humano é adaptado as necessidades de digestão e nutrição da criança. E há algumas variações na composição do leite durante a mamada. O leite que sai no início (também chamado como leite anterior) é mais aquoso, rico em proteína e outros nutrientes e em fatores de proteção contra doenças. Já o leite liberado no final da mamada (também conhecido como leite posterior) tem maior quantidade de gordura e por isso é o que fornece mais energia para o bebê. Sendo assim é fundamental que o bebê mame um período suficiente para receber também o leite do final da mamada que irá de fato trazer saciedade e conforto.
MITO Nº 2: “POUCO LEITE OU LEITE INSUFICIENTE”
Muitas mulheres se queixam de que não produzem leite suficiente para sustentar o bebê. Com isso, muitas vezes a amamentação acaba sendo interrompida e substituída por fórmulas infantis e há a introdução da alimentação complementar antes do tempo.
Porém, a hipogalactia, que é a baixa produção de leite materno, é um evento bastante raro entre as mães que amamentam. É importante saber que a produção e liberação de leite pela mãe depende de alguns fatores, principalmente da sucção frequente do bebê e da ingestão adequada de líquidos. Por isso, é importante ficar atenta a alguns fatores que podem prejudicar a produção de leite:
– Evite oferecer água, chás ou fórmulas de leite artificial enquanto você amamenta. Ao fazer isso, você automaticamente fará com que o seu bebê se sinta satisfeito e não queira mamar ao peito. E lembre-se que quando o bebê suga menos vezes ao dia, a sua produção de leite acaba sendo prejudicada.
– Evite o uso de mamadeira ou chupetas. Esses objetos provocam confusão de bico e faz com que a criança tenha mais dificuldade de sugar o leite do seio. No lugar de mamadeiras, ofereça o leite materno, se necessário, com o auxílio de copinhos ou colher.
– Procure beber bastante água ao longo do dia. A ingestão aumentada de líquidos faz com que a produção de leite seja adequada.
MITO Nº 3: “AS FÓRMULAS INFANTIS SÃO IGUAIS AO LEITE MATERNO”
O leite materno é um alimento totalmente singular. Cada mãe produz o leite adequado para as necessidades do seu bebê. O leite materno contém fatores de proteção contra doenças, conhecidos como anticorpos, que nenhum outro alimento é capaz de oferecer.
Quando o bebê é amamentado nos primeiros dias após o parto, ele recebe o colostro, que é o primeiro leite secretado pela mãe e que contém uma quantidade elevada de vitaminas e minerais, assim como de anticorpos que aumentam a imunidade do bebê.
Além disso, a alimentação da mãe interfere no sabor do leite materno. Isso faz com que a criança fique exposta e consiga identificar o sabor de determinados alimentos o que irá facilita a adesão da criança à alimentação complementar.
O leite materno também contém tipos de proteínas que são mais fáceis de digerir. Por isso as crianças amamentadas ao peito tem menos episódios de cólicas e prisão de ventre em comparação àquelas que recebem fórmulas infantis. Isso ocorre, porque as fórmulas são feitas com base no leite de vaca, que tem uma digestão mais difícil para a criança.
MITO Nº 4: “AMAMENTAR FAZ OS SEIOS CAÍREM”
Algumas mulheres acreditam que o fato de amamentar pode tornar os seios mais flácidos. Porém isso não é verdade.
Durante a gestação e após o nascimento do bebê, o seio da mulher aumenta de volume para permitir a amamentação. Por isso, recomenda-se o uso de sutiãs apropriados para essa fase, que sustentem adequadamente toda a mama. Essa prática irá evitar com que os seios, pelo efeito da gravidade, se tornem mais flácidos. É recomendado que durante a gestação e também na amamentação a mulher use sutiã inclusive para dormir.
Alimentação x produção de leite
MITO Nº 5: “COMER CANJA, CANJICA, BACALHAU E ARROZ DOCE AUMENTA A PRODUÇÃO DE LEITE”
O consumo de alimentos não interfere na quantidade de leite produzido pela mãe. Não há comprovação nenhuma de que esses alimentos, que são motivo de crença popular, são capazes de aumentar a produção de leite materno. O recomendado é que a mãe consuma uma dieta saudável e variada e adequada para as suas necessidades.
Caso já tenha o hábito de consumir algum desses alimentos, não tem problema em continuar consumindo. Mas procure variar também com outras preparações, assim você evita a monotonia alimentar e consome uma variedade maior de nutrientes.
MITO Nº 6: “CERVEJA PRETA FAZ AUMENTAR O LEITE.”
A ingestão de cerveja preta assim como de outros tipos de bebidas alcoólicas é contraindicada durante a amamentação. O álcool ingerido pela mãe é capaz de ser transferido para o leite materno e sentido pelo bebê, que pode se tornar agitado e ter seu desenvolvimento prejudicado.
MITO Nº 7: “BEBER MAIS LEITE DE VACA E IOGURTE AUMENTA A PRODUÇÃO DE LEITE MATERNO”.
O consumo de leite e derivados deve ser incentivado durante a amamentação. Esses alimentos são a principal fonte de cálcio na alimentação, e além disso o cálcio presente é melhor aproveitado pelo organismo do que aquele encontrado em outros alimentos como cereais e vegetais.
Porém, não há necessidade de aumentar o consumo além da recomendação. A ingestão de leite ou iogurte não tem relação com o aumento da produção de leite materno.
Mantenha uma alimentação variada
Diante de tudo isso, se você está amamentando, procure ter uma alimentação variada e inclua os alimentos recomendados para cada grupo alimentar. É importante consumir a recomendação de frutas, legumes, verduras, carnes magras, cereais e leguminosas para se manter saudável e garantir a qualidade nutricional do leite que seu bebê consome.
Com relação a possíveis restrições alimentares, não as faça por conta própria. A retirada de alimentos ou grupos alimentares inteiros pode fazer com que o leite consumido pelo bebê tenha seu perfil de nutrientes afetado. Por isso, em caso de dúvidas procure seu nutricionista.
E se você já está no fim da licença-maternidade, e quer continuar amamentando seu filho, aqui no blog eu tenho um post com dicas imperdíveis para te ajudar a como manter a amamentação após o retorno ao trabalho.
E você? Já ouviu falar em alguma outra prática popular relacionada com a amamentação? Se você tiver ficado com alguma dúvida, deixe aqui nos comentários.
Até o nosso próximo encontro!
1 Comentário