O óleo de coco tem sido considerado por muitos como um aliado na busca pela saúde e boa forma. Em função da larga divulgação na mídia sobre seus supostos benefícios à saúde, é muito comum encontrar pessoas que passaram a utilizar esse óleo no preparo dos alimentos em substituição a outros óleos como o de soja.
Primeiro, é necessário saber que todos os óleos são importantes fontes de gorduras, as quais possuem ácidos graxos em sua composição. Esses ácidos graxos são divididos em diferentes classes, dentre eles os saturados e insaturados. Os saturados são aqueles que mais trazem prejuízos a nossa saúde e os insaturados de um modo geral são capazes de proteger a nossa saúde principalmente contra doenças cardiovasculares e diabetes.
É importante ressaltar que o óleo de coco é uma fonte natural de ácidos graxos saturados, sendo composto por mais de 90% desse tipo de gordura. Dentre os ácidos graxos saturados presentes no óleo de coco, encontramos em grande quantidade o ácido láurico, responsável por causar riscos à saúde cardiovascular, pois promove aumento significativo do LDL-colesterol (popularmente conhecido como “colesterol ruim”). Estudos recentes têm associado a ingestão de óleo de coco ao aumento do colesterol total e de triglicerídeos mostrando que o consumo aumentado desse alimento pode causar riscos à saúde cardiovascular.
Nesse sentido, entidades médicas como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia se posicionaram oficialmente contra a recomendação do uso do óleo de coco nos acompanhamentos dietéticos para emagrecimento ou tratamento da hipercolesterolemia (aumento do colesterol).
Sendo assim, o óleo de coco quando utilizado, deve fazer parte de uma alimentação variada e equilibrada, baseada em alimentos in natura ou minimamente processados. Outros óleos vegetais como o óleo de soja, canola e oliva (azeite) são opções mais indicadas no preparo dos alimentos, pois apresentam em sua composição ácidos graxos insaturados que reduzem o risco de doenças cardiovasculares.
Para maiores informações acesse:
SANTOS, R. D. et al. I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 100, n. 1, p. 1-40, 2013. supl. 3.
Link: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Gorduras.pdf
Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) sobre o uso do óleo de coco para perda de peso.
Link: http://www.endocrino.org.br/media/uploads/posicionamento_oficial_%C3%B3leo_de_coco_sbem_e_abeso.pdf