Olá! A pressão alta na gravidez é um problema que pode trazer graves consequências para a saúde da mãe e do bebê. Por isso, nesse período, é muito importante ficar atenta ao controle da pressão arterial e comparecer a todas as consultas recomendadas ao longo do pré-natal. Nesse texto, trago informações importantes sobre como controlar a pressão alta na gravidez, os principais sintomas e o que comer nesses casos. Vamos lá!
Se você ainda preferir assistir a um vídeo, confira o vídeo que postei no meu canal do Youtube:
Mas o que é a pressão alta na gravidez?
Ao longo da gestação é normal que ocorram alterações nos valores de pressão arterial. Mas em alguns casos, a pressão pode subir mais do que o normal e trazer riscos para a gestação.
O diagnóstico da hipertensão arterial na gravidez é feito quando os níveis de pressão arterial são iguais ou maiores que 140×90 mmHg.
Há algumas situações diferentes onde a pressão arterial está presente na gestação:
Hipertensão arterial crônica
Ocorre quando a mulher já tinha pressão alta antes de iniciar a gravidez ou passa a apresentar pressão alta no início da gravidez ou antes de completar 20 semanas de gestação. Essa situação tende a não se resolver antes de 12 semanas após o parto.
Hipertensão gestacional
Ocorre quando o aumento da pressão se dá após completadas 20 semanas de gestação. O acompanhamento no pré-natal irá identificar se há a presença de outros sintomas e sinais clínicos que possam indicar agravo da situação.
Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica
Situação onde a gestante, que já apresentava pressão alta no início da gravidez, passa a desenvolver proteinúria (presença de proteínas na urina em 24h) após 20 semanas de gestação.
Pré-eclâmpsia/eclâmpsia (também conhecida como doença hipertensiva específica da gravidez)
Quando o aumento da pressão se inicia após 20 semanas ou no final da gestação e é associada à proteinúria em urina de 24h. Temos ainda uma situação ainda mais grave, conhecida como Síndrome HELLP. Ela surge como um agravamento da pré-eclâmpsia e é caracterizado, entre outros fatores, por aumento das enzimas do fígado e plaquetas baixas. A eclampsia é uma situação onde ocorre a presença de convulsões generalizadas que não são causadas por epilepsia ou qualquer outra doença, em gestantes que apresentam quadros anteriores de pressão alta.
Outros exames e sinais clínicos também são avaliados para acompanhar o desenvolvimento do quadro hipertensivo na gestante. Por isso, é fundamental que a mulher inicie o pré-natal logo que descubra a gravidez. Assim, será possível identificar essas alterações precocemente e evitar maiores riscos à sua saúde e a de seu bebê. Lembre-se que a pressão alta na gravidez caracteriza uma situação de gestação de alto risco, sendo necessário acompanhamento específico.
Quais são os sintomas de pressão alta na gravidez?
A pressão alta na gravidez é silenciosa e pode passar desapercebida pela gestante. Isso é comum, principalmente porque os sintomas relacionados podem ser confundidos como alterações comuns da gestação. Vamos ver alguns exemplos:
- Enjoos, náuseas e vômitos.
- Tonturas, visão embaçada e dores de cabeça constantes.
- Inchaço no corpo, principalmente nas pernas e pés, podendo ocorrer nas mãos e nos braços.
Por isso que, além desses sintomas, é fundamental a aferição da pressão arterial pelo médico obstetra. Nesse caso, ao identificar valores iguais ou acima de 140×90, ele já indicará o diagnóstico e iniciará o tratamento.
Quais fatores podem provocar a pressão alta na gravidez?
Veja agora alguns fatores de risco importantes para o desenvolvimento da pressão alta na gravidez:
1 – Sobrepeso e excesso de peso antes e no início da gestação.
2 – Ganho de peso excessivo ao longo da gravidez.
3 – Gestantes portadoras de diabetes.
4 – Mulheres com idade acida de 40 anos e adolescentes com idade inferior ou igual a 16 anos.
5 – Pessoas na família com pressão alta
6 – Dietas com restrição de proteínas e nutrientes como o cálcio.
7 – Estado de vitamina D baixo
8 – Dietas ricas em energia, açúcares e gorduras.
Como controlar a pressão alta na gravidez?
Faça o pré-natal
Sem dúvidas a realização do pré-natal é fundamental para a prevenção e controle da pressão arterial na gravidez. É durante o pré-natal que a gestante irá receber orientações específicas sobre cada fase e situação da gestação. A cada consulta a mulher terá avaliada a sua pressão arterial e o ganho de peso. Em caso de qualquer alteração já será iniciado o tratamento e acompanhamento adequado.
Procure um nutricionista
O acompanhamento nutricional nos casos de aumento da pressão arterial na gestação é muito importante. A pressão alta é uma das consequências do ganho de peso excessivo na gravidez. Por isso, a gestante precisa ser orientada quanto a importância de uma alimentação adequada durante toda a gestação.
O nutricionista é o profissional especializado em alimentação e com formação específica para dar orientações alimentares na gestação. O acompanhamento específico e individualizado com esse profissional no pré-natal é fundamental para o controle da pressão arterial e do ganho de peso na gestação.
O que comer em caso de pressão alta na gravidez?
Alguns alimentos são importantes e devem fazer parte da alimentação diária da gestante com pressão alta. Vamos ver alguns exemplos.
- Leites e derivados: A presença de cálcio e proteína nesses alimentos auxilia no controle da pressão arterial. Esses alimentos só devem ser restringidos na alimentação da gestante em casos de alergia à proteína do leite ou intolerância à lactose.
- Alimentos ricos em vitamina A (carotenoides): beterraba, cenoura, abóbora, manga, mamão, morango etc. são alguns exemplos.
- Alimentos ricos em vitamina C: laranja, acerola, limão, abacaxi, morango, brócolis, espinafre, couve, etc.
- Alimentos fonte de zinco: carne vermelha, frango, peixe, cereais integrais e oleaginosas como as castanhas.
Mas atenção: Apesar da ingestão desses alimentos ser importante para o controle da pressão arterial em gestantes, é necessário que haja alguns cuidados.
O consumo exagerado e sem orientação desses e de outros alimentos na gestação pode prejudicar o controle do ganho de peso e dos níveis de pressão arterial. As frutas ricas em vitamina C, por exemplo, devem ser consumidas em porções adequadas, pois em excesso podem contribuir para o ganho de peso elevado.
Reduza o consumo de sal
O sal é uma substância relacionada diretamente com o aumento da pressão arterial. Por isso é muito importante o consumo responsável na alimentação. Tanto na prevenção quanto no controle da hipertensão, é necessário que se use com cautela sal de cozinha no preparo e tempero dos alimentos.
Mas além do sal de cozinha, existem diversos alimentos industrializados que possuem muito sal. Por isso, é recomendado evitar o consumo de alimentos industrializados como os enlatados, em conserva, embutidos, entre outros.
Invista em temperos naturais
Para substituir o sal na alimentação é legal utilizar temperos naturais. Exemplos: alho, cebola, orégano, alecrim, manjericão, cebolinha, salsinha, alho-poró, louro, pimenta do reino, curry, açafrão, páprica, tomilho, sálvia, coentro, etc. Esses temperos podem ser usados à vontade e de acordo com as suas preferências.
Uma ideia bacana para reduzir o sal na alimentação e utilizar os temperos naturais é deixar preparado o “sal de ervas”. Esse sal não tem receita única, e você pode utilizar a sua criatividade escolhendo os temperos e ervas que mais gostar para preparar.
Deixo aqui uma sugestão de preparo do sal de ervas que pode ser usado em diversas receitas:
Receita de Sal de Ervas
Ingredientes
– 1 xícara de manjericão
– 1 xícara de alecrim
– 1 xícara de manjerona
– 1 pacote pequeno de orégano
– 1 xícara de cheiro verde
– 1 col. chá de sal
– Alho e cebola desidratada a gosto
Modo de preparo
Lave bem as ervas em água corrente e deixe de molho por 15 minutos em solução clorada. Em seguida enxágue novamente e seque bem. Bata tudo no liquidificador e misture bem todos os ingredientes.
Conserve sob refrigeração em um recipiente fechado e seco. Se preferir, pode congelar em pequenas porções. Uma dica legal é usar forminha de gelo para congelar e separar as porções dos temperos.
Até a próxima!