Olá! A introdução de alimentos para o bebê é uma fase que gera muitas dúvidas e dificuldades nos pais e pessoas responsáveis por alimentar os bebês. É um momento de aprendizado não só para o bebê que está descobrindo um mundo totalmente novo, com cores, sabores e texturas que ele nunca tinha entrado em contato, mas também para quem prepara e oferece os alimentos. Então, para ajudar a tornar essa fase mais tranquila para todos, eu trouxe algumas dicas para introdução alimentar.
Caso prefira, confira o vídeo que fiz sobre o assunto:
1. Consuma mais frutas, legumes, verduras, sementes e cereais integrais ainda na gestação.
Já se sabe que o paladar da criança começa a ser formado ainda dentro do útero durante a gestação. Nesse período, o bebê fica envolvido por um líquido chamado de líquido amniótico que ele engole várias vezes ao longo da gestação. O gosto do líquido amniótico pode ser influenciado pelos alimentos que a mãe consome na gravidez. Assim, o bebê consegue sentir sabores doces, salgados e amargos ao engolir esse líquido, o que faz com que ele comece a formar o seu paladar.
Isso significa que, a alimentação da mãe ainda durante a gestação é capaz de refletir no sabor que o bebê sente através do líquido amniótico. Por isso, é muito importante ter uma alimentação variada e saudável desde a gestação.
Sabendo que é importante que as crianças consumam frutas, legumes, verduras, cereais integrais e feijões por exemplo, se você está grávida, procure incluir esses alimentos na sua rotina, e reduza o consumo de alimentos industrializados e aqueles ricos em açúcares e gorduras. Assim será mais fácil de a criança se sentir mais familiarizada com o gosto dos alimentos mais naturais ao iniciar a alimentação complementar, sendo a aceitação deles bem melhor. Essa é uma das dicas para introdução alimentar menos conhecidas, mas que faz a diferença na hora de iniciar a introdução de alimentos para o bebê.
2. Durante a amamentação exclusiva continue tendo uma alimentação saudável e variada.
O paladar da criança continua a se formar durante a amamentação exclusiva, que ocorre até os 6 meses de vida. O gosto do leite materno também sofre influência dos alimentos que a mãe consome e a criança consegue identifica-los.
Assim, se você consumir uma variedade de frutas e legumes e incluir na sua alimentação diária alimentos como cereais integrais, por exemplo, ficará mais fácil do seu bebê identificar esses sabores ao iniciar a introdução alimentar.
3. Comece aos poucos. Ofereça um alimento de cada grupo por vez.
A introdução de alimentos para o bebê deve ser variada e conter 1 alimento de cada grupo alimentar por refeição. Isso significa que ao oferecer fruta para criança escolha uma e varie as frutas a cada dia. O mesmo deve ser feito para os legumes. Ao iniciar a refeição salgada (almoço) escolha um legume por dia e ofereça ao seu bebê. Assim fica mais fácil de ele sentir o sabor separadamente de cada alimento e aceitar os mesmos.
4. Sujeira faz parte! Deixe o seu bebê pegar os alimentos com a mão e leva-los à boca.
Aos seis meses a criança já se encontra na fase de descobrir os objetos a sua volta através do tato e da boca. E por isso ela leva tudo à boca. Aproveite os momentos das refeições para deixar seu bebê descobrir os alimentos, tocar, apertar, cheirar e até mesmo brincar com eles.
Muitos pais repreendem a criança por causa da sujeira que é feita, mas perceba que esse é um momento muito importante para que seu filho entre em contato com os alimentos. Você pode inclusive separar na mesinha do cadeirão de alimentação do bebê alguns alimentos que estão sendo oferecidos para ele na refeição. Assim ele vai poder pegar em cada um desses alimentos e explorar. Isso ajuda muito na aceitação da alimentação. Só lembre de ter o cuidado de higienizar bem a mesinha antes de cada refeição. Para isso use um pano limpo e passe álcool.
Aos 7 meses a criança já consegue fazer movimentos de pinça com os dedos e assim pegar os alimentos e levar até a boca.
5. Evite distrair a criança durante as refeições
Na tentativa de fazer as crianças comerem, são usadas várias estratégias. A mais comum é tentar distrair a criança usando a televisão, vídeos infantis pelo celular e brinquedos. Porém ao fazer isso a criança perde o foco no alimento, e isso faz com que ela não perceba que está se alimentando.
Por isso, evite distrair seu filho. Deixe que ele consuma a refeição no seu tempo e consiga se sentir satisfeito. Você irá perceber que ele está satisfeito quando ele começar a fechar a boca, virar o rosto, chorar, se debater na cadeira etc. Isso significa que ele não quer mais comer e não é preciso forçar. Ao insistir para seu filho continuar comendo você tornará o momento ainda mais estressante tanto para você quanto para o seu bebê.
6. Bebês comem pouco mesmo!
No início da introdução alimentar os bebês comem bem pouquinho mesmo! A quantidade tolerada por eles não costuma passar de 2 a 3 colheres de sopa no total. Para evitar colocar muita comida no prato do bebê e ter a impressão de que ele não comeu o suficiente. Coloque apenas 1 colher de sopa de cada alimento.
O recomendado é usar as colherzinhas pequenas de plástico próprias para bebês. Vá oferendo um pouquinho de cada alimento até atingir a quantidade que seu bebê se sinta satisfeito.
7. Tenha paciência. Cada bebê tem um ritmo de alimentação diferente.
O momento das refeições costuma gerar certa ansiedade e até mesmo um grau de estresse nos pais. Isso porque acaba havendo certas expectativas quanto ao tempo que a criança deve levar para se alimentar. Porém é preciso entender que cada criança tem seu tempo, e é preciso respeitar.
Sendo assim, na introdução dos alimentos para o bebê, tenha paciência e espere a criança acabar de mastigar e engolir para então oferecer novamente. Assim você permite que ela conheça melhor os alimentos e mastigue-os e ainda evita reações como gases e cólicas também.
8. Seja o exemplo! As crianças aprendem por imitação.
Essa é uma das dicas para introdução alimentar que mais fazem a diferença. Não tem jeito, se quisermos que nossos filhos consumam frutas e legumes precisamos consumir também, principalmente na frente deles. Ao oferecer uma fruta para seu bebê consuma uma parte dela em sua forma natural na frente da criança. Dessa forma o bebê irá ver você comendo e repetirá o ato naturalmente.
Atenção! Se você não tem o hábito de consumir frutas e legumes, mas sabe que é importante oferecer ao bebê, evite fazer reações de negação a esses alimentos na frente do seu filho. Isso pode fazer com que ele também passe a não consumir esses alimentos. Aproveite essa oportunidade para fazer preparações diferentes com esses alimentos e mudar o seu hábito alimentar também.
Da mesma forma evite comer alimentos industrializados e preparações ricas em açúcar e gorduras como fast foods, refrigerantes, doces, sorvetes, etc, na frente do bebê e de outras crianças maiores.
9. Crie uma rotina de alimentação para o seu filho.
Não há necessidade de estabelecer horários rígidos para as refeições. Mas é importante que o bebê tenha uma rotina alimentar bem definida desde a introdução alimentar. Isso facilitará que o bebê aprenda a identificar ainda nessa idade suas sensações de fome e de saciedade também.
10. Leve o bebê para se alimentar com o restante da família nos horários das refeições.
Procure incluir o bebê nas refeições da família. Para isso, se a sua família tem horários muito desregulados, aproveite a oportunidade para mudar esses hábitos. É muito importante para a criança participar das refeições com os pais e o restante da família. Afinal, o bebê também deve participar desses momentos de união à mesa. Isso contribui muito para a adesão a um bom hábito alimentar e na aceitação dos alimentos.
Experimente então colocar a cadeirinha de alimentação do bebê próximo à mesa de refeição. Assim ele poderá se alimentar enquanto o restante da família também realiza a refeição.
11. Não é necessário usar alimentos para engrossar as preparações do bebê
Deixe de lado aqueles alimentos industrializados a base de farinha e açúcar que são usados para engrossar as preparações como purês e mingaus. Esses produtos não tornam a alimentação mais nutritiva e apenas adicionam mais açúcar nas preparações. Isso leva ao ganho de peso, mas não necessariamente a uma boa saúde, e ainda modifica o sabor original da preparação. Aqui nesse outro post, você pode encontrar mais informações sobre outros alimentos que devem ser evitados na introdução alimentar de seu bebê.
12. Diante de uma recusa a um alimento não desista. Ofereça novamente após alguns dias.
Por último, é normal a criança recusar os alimentos da primeira vez. Lembre-se que ela está descobrindo um mundo novo e os sabores podem assustar no início. Por isso, caso seu filho recuse uma fruta ou um legume, isso não quer dizer que ele não gostou. Volte a oferecer esse mesmo alimento novamente em outro dia, e continue oferecendo até ele se acostumar com o sabor e a textura do alimento. Isso porque, a aceitação é uma aprendizagem e está relacionada com a repetição da oferta. Em média são necessárias de 8 a 10 exposições a um mesmo alimento para que ele seja aceito pela criança.
Com essas dicas para introdução alimentar, ficará mais fácil lidar com esse desafio e estabelecer hábitos alimentares saudáveis no seu bebê. Confira também esse outro post que fiz, sobre como introduzir novos alimentos para o bebê. Aproveite também a chegada de um bebê na sua casa para melhorar a alimentação de toda a família. E em caso de dúvidas ou orientações específicas e individuais para a introdução alimentar procure um nutricionista materno infantil.
Até a próxima!
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